segunda-feira, fevereiro 06, 2012



Tenho uma tal obsessão por cheiros, texturas e cores que gosto de os descrever ao pormenor e com minúcia. Gosto de escolher as palavras, de as juntar, intercalar, até formar frases que transmitam sensações verdadeiras. Gosto de pensar que alguém me vai ler e conseguir sentir através das minhas palavras. Procurar, alinhar as palavras, escolher a melhor pontuação, na tentativa de descrever um aroma, um toque, um olhar. Adoro que as palavras saiam de mim e encontrem alguém que as queira sentir. Adivinhar um arrepio na espinha, quando escrevo que o dia está azul pálido transparente, que o ar tem cheiro de zimbro a queimar nas chaminés e que as mãos ficam encarquilhadas com o vento norte. Originar visões dos vários tons de laranja quando descrevo o Sol a cair sobre o mar, desaparecendo na linha do horizonte azul escura onde os raios quentes parecem fundir na água salgada. Provocar sorrisos quando descrevo que uma nuvem branca isolada é como um algodão doce que subiu para o céu, que tenho vontade de a trincar e sentir o açúcar derreter instantaneamente da língua. É tão maravilhoso partilhar palavras quando se sabe que vão provocar sensações, e é igualmente fantástico quando estamos a ler alguém que nos dá o mesmo prazer.

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