sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Hoje recebi este mail e achei que o devia partilhar

Que bem dilatada que está a nossa capacidade de resignação à Evolução da Língua Portuguesa
Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar "afro-americanos" aos pretos, com vista a acabar com as raças por viagramatical - isto tem sido um fartote pegado!
As criadas dos anos 70 passaram a "empregadas" e preparam-se agora para receber menção de "auxiliares de apoio doméstico".
De igual modo, extinguiram-se nas escolas os "contínuos "; passaram todos a "auxiliares da acção educativa".
Os vendedores de medicamentos, inchados de prosápia, tratam-se de "delegados de informação médica". E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em "técnicos de vendas".
Os drogados transformaram-se em "toxicodependentes" (como se os consumos de cerveja e de cocaína se equivalessem!);
O aborto eufemizou-se em "interrupção voluntária da gravidez";
Os gangues étnicos são "grupos de jovens";
Os operários fizeram-se de repente "colaboradores"; e as fábricas, essas, vistas de dentro são "unidades produtivas" e vistas da estranja são "centros de decisão nacionais".
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à "iliteracia" galopante. Desapareceram dos comboios as classes 1.ª e 2.ª, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preçosdistintos nas classes "Conforto" e "Turística".
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade. Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um"comportamento disfuncional hiperactivo".
Do mesmo modo, e para felicidade dos "encarregados de educação", os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, "crianças de desenvolvimento instável".
Ainda há cegos, infelizmente, Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado "invisual". (O termo é gramaticalmenteimpróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o"politicamente correcto" marimba-se para as regras gramaticais...)
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em "implementações", "posturas pró-activas", "políticas fracturantes" e outros barbarismos da linguagem. E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
Já agora, as putas passaram a ser "senhoras de alterne".
ESTAMOS LIXADOS COM ESTE "NOVO PORTUGUÊS", não admira que o pessoaltenha cada vez mais esgotamentos e stress, já não se diz o que se pensa,tem de se pensar o que se diz de forma "POLíTICAMENTE CORRECTO"
Não sei quem escreveu, mas escreveu bem!

Comentários:
Sexta-feira.....

que texto
mas bem escrito concordo

beijocas de bom fim de semana
 
Assino e carimbo em baixo.
 
Nem mais. ;)

Será que posso "roubar" este texto para colocar num dos blogs onde colaboro? claro, devidamente identificado.
Beijinho e boa semana
 
a malta quer marcar a diferença seja a que preço for por isso começa a inventar umas merdas só para justificarem os milhões que ganham. Essas paralavras aparecem com a malta que desata a fazer mestrados e pós-graduações e depois não podem falar da mesma maneira que o comum dos mortais. O texto está muito bem escrito e bem observado.
 
Bem verdade e muito engraçado!
Falta esta nova expressão portuguesa no texto; os arrumadores de carros que grassam em Portugal sobretudo nas cidades, deverão chamar-se de 'gestores de espaços urbanos'!!! Surreal!
Beijos
 
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